Bira Dantas,50, nascido em São Paulo, Brasil, é um
cartunista de mão cheia que vem fazendo um excelente trabalho em suas
caricaturas. Dono de um curriculum invejável e de uma disposição para desenhar
como poucos,faz de tudo: caricaturas, quadrinhos, cartuns, charges, ilustrações
em meio impresso e digital. Anos atrás, esteve na Coréia no Festival Asiático
de quadrinhos e desde então, tem
estabelecido um intercâmbio com cartunistas coreanos.
Com vocês, Bira Dantas!
BDA: Quando começou
seu interesse por caricaturas?
Em 1980 quando já desenhava os Trapalhões para a Bloch.
Cleiton Caffeu fazia caricaturas de todo mundo no estúdio e Eduardo Vetillo
caricaturava os colegas nas HQs que desenhava. Isso foi me empolgando. Um dia
vi a MAD, no outro o Pasquim, Jornal Movimento, Opinião. As charges de Lan,
Ziraldo, Trimano, Loredano, Chico e Paulo Caruso, Henfil, Fortuna, Mort Drucker
me fizeram a cabeça.
BDA: Quais técnicas utiliza para desenvolver esta
arte?
Começo no grafite, algumas caricas seguem assim até o fim,
quando acho que estão prontas. Outras ganham arte final com nanquim e cores
aquareladas, como as imagens de Yellow Submarine ao fundo.
Mas o principal são as boas referências, bons mestres e um
olhar de águia. Não adianta você ter bom desenho e as fotos não ajudarem. Ver o
trabalho de quem já trilhou o caminho das pedras sempre ajuda a entender o
processo de caricaturar. A boa caricatura as vezes, surge num estalo, uma
vislumbrada, sem querer, de um detalhe. Tentar várias deformações, ângulos,
perspectivas é muito bom; mas nem sempre garantem o acerto. Como diria Picasso
(se não me engano), são 10% de inspiração e 90% de transpiração...
BDA: Qual o
significado do trabalho dos Beatles pra você?
Alegria, alegria!!!!
Uma banda genial que soube mastigar o Blues, o Rock'n Roll,
o Country, o Jazz; digerir tudo, soltar um som criativo, enérgico e inspirado
que fez (e continua fazendo) a cabeça de gerações.
BDA: Você se lembra
quando teve o primeiro contato com a obra do grupo? O que lhe chamou mais a
atenção?
Meu irmão mais velho, o Clovinho, era fã dos Beatles na
década de 60. Ele tinha vários discos e me ensinou a gostar do Rock inglês. Eu
lembro muito de ouvir, ainda criança, "She loves you", "Love me
do" e depois, já adolescente, dançar agarrado "Hey Jude" nos
bailinhos de garagem. O que eu achava incrível? A versatilidade. Eles não se
repetiam. Só lamentei o fato de John Lennon parar de tocar gaita. Até hoje
quando dou minhas gaitadas e toco a introdução de "Love me do", todo
mundo vibra. É o gênio vivo dos riffs beatleanos!
O Bira é um artista versátil como poucos e um grande cara, um desenhador do tipo que parece estar em extinção, bem diferente das estrelas brasucas do momento que embora talentosas, emitem um brilho frio, um ar de onipotência e afabilidade fingida.
ResponderExcluirMastrotti e Eduardo, agradeço a amizade de vocês e as palavras supre gentis... Super abraço!
ResponderExcluirSIN PALABRAS!
ResponderExcluirSensational, friend! The talent exposed to the max!
E ainda toca GAITA como gente grande!
Abração!
Saudade deste tempo, 7 anos atrás, sem bolsonaro na presidência, sem coronavírus e com o Jodil vivo e comentando...
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