quarta-feira, 13 de março de 2013

Os Beatles no traço de Bira Dantas



 

Bira Dantas,50, nascido em São Paulo, Brasil, é um cartunista de mão cheia que vem fazendo um excelente trabalho em suas caricaturas. Dono de um curriculum invejável e de uma disposição para desenhar como poucos,faz de tudo: caricaturas, quadrinhos, cartuns, charges, ilustrações em meio impresso e digital. Anos atrás, esteve na Coréia no Festival Asiático de quadrinhos  e desde então, tem estabelecido um intercâmbio com cartunistas coreanos.
Com vocês, Bira Dantas!

BDA: Quando começou seu interesse por caricaturas?
Em 1980 quando já desenhava os Trapalhões para a Bloch. Cleiton Caffeu fazia caricaturas de todo mundo no estúdio e Eduardo Vetillo caricaturava os colegas nas HQs que desenhava. Isso foi me empolgando. Um dia vi a MAD, no outro o Pasquim, Jornal Movimento, Opinião. As charges de Lan, Ziraldo, Trimano, Loredano, Chico e Paulo Caruso, Henfil, Fortuna, Mort Drucker me fizeram a cabeça. 

BDA:  Quais técnicas utiliza para desenvolver esta arte?
Começo no grafite, algumas caricas seguem assim até o fim, quando acho que estão prontas. Outras ganham arte final com nanquim e cores aquareladas, como as imagens de Yellow Submarine ao fundo.
Mas o principal são as boas referências, bons mestres e um olhar de águia. Não adianta você ter bom desenho e as fotos não ajudarem. Ver o trabalho de quem já trilhou o caminho das pedras sempre ajuda a entender o processo de caricaturar. A boa caricatura as vezes, surge num estalo, uma vislumbrada, sem querer, de um detalhe. Tentar várias deformações, ângulos, perspectivas é muito bom; mas nem sempre garantem o acerto. Como diria Picasso (se não me engano), são 10% de inspiração e 90% de transpiração...

BDA: Qual o significado do trabalho dos Beatles pra você?
Alegria, alegria!!!!
Uma banda genial que soube mastigar o Blues, o Rock'n Roll, o Country, o Jazz; digerir tudo, soltar um som criativo, enérgico e inspirado que fez (e continua fazendo) a cabeça de gerações. 

BDA: Você se lembra quando teve o primeiro contato com a obra do grupo? O que lhe chamou mais a atenção?
Meu irmão mais velho, o Clovinho, era fã dos Beatles na década de 60. Ele tinha vários discos e me ensinou a gostar do Rock inglês. Eu lembro muito de ouvir, ainda criança, "She loves you", "Love me do" e depois, já adolescente, dançar agarrado "Hey Jude" nos bailinhos de garagem. O que eu achava incrível? A versatilidade. Eles não se repetiam. Só lamentei o fato de John Lennon parar de tocar gaita. Até hoje quando dou minhas gaitadas e toco a introdução de "Love me do", todo mundo vibra. É o gênio vivo dos riffs beatleanos!