BDA: Quando começou seu interesse pela caricatura?
Paulo Barbosa: Sou filho de jornalista com pintora. Morávamos num bairro operário, próximo a um cemitério. No ensino básico, estudei num colégio militar, de disciplina muito estrita. E, no ensino médio, fui para um colégio de freis... Não podia ter dado em outra coisa, senão chargista.
BDA: A caricatura é seu meio de vida?
BDA: A caricatura é seu meio de vida?
PB: Mantive-me vivo nos últimos vinte e poucos anos trabalhando como cartunista para a imprensa sindical. Depois que o Lula foi eleito, os sindicatos começaram a boicotar os cartuns, na suposição de que o Brasil teria resolvido as suas mazelas abissais. Cá estou, portanto, desempregado, a prova mais irrefutável de que este é o velho Brasil de sempre. E agradeceria que os colegas cartunistas me dissessem como fazem para arranjar clientes, porque eu não sei.
BDA: Quais técnicas são utilizadas em seus trabalhos caricaturais?
PB: Todas, até aquelas presentes ao Kama Sutra.
BDA: Como foi seu primeiro contato com a obra dos Fab Four?
PB: Na minha adolescência, não havia dinheiro para comprar discos, e o contato com as músicas dos caras era pelo rádio. De modo que se ouviam mais os derivados dos Beatles (John, Paul, Ringo e George), do que propriamente o quarteto, que já havia acabado. Ainda assim, havia programas tipo “Beatles remember” e gravávamos fitas com as músicas que as rádios soltavam.
BDA: De todas as influências que eles exerceram, quais te chamam mais atenção e porquê?
PB: Se os Beatles só tivessem gravado “Rubber soul”, este ainda seria um dos grandes momentos da música (pós)moderna. Mas, depois disso, houve “Revolver”, “Abbey Road”, “Let it Be” e o Álbum branco, meus preferidos. Bob Dylan prestou um grande serviço à humanidade quando apresentou aquele baseado aos caras, em Nova York.
Valeu, Mastrotti, um grande abraço! Estamos aí, se derrubar é pênalti.
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